Pequena Amplitude é uma extensão da minha voz e dos meus pensamentos porque nem sempre temos tempo e oportunidade de falar o que pensamos ou de ser quem somos.

domingo, 24 de outubro de 2010

Dúvida Crucial


A musiquinha irritante do alarme do celular nem o incomodou. Ele saltou da cama já no primeiro toque. Estava ansioso, estava feliz, estava cheio de esperanças. Era o seu primeiro dia no novo trabalho! Quem diria que ele seria aceito tão facilmente quando outras pessoas, seus colegas de faculdade, sofriam tanto para conseguir uma vaga de professor. E, ainda por cima, nem era em escola pública (ele ouvia rumores de que ninguém conseguia dar aulas em escola pública porque era muito perigoso). Não, o seu currículo havia sido aceito numa escola particular, perto de sua casa. Ele lecionaria português para o Ensino Médio. Ensino Médio! Puxa, que bom que não era para o Ensino Fundamental! Diziam que as quintas-séries eram o inferno na terra...
Tinha poucos minutos para se aprontar e para tomar seu café da manhã. E durante esse tempinho ainda se preocupou em repassar sua aula de literatura que continuaria a matéria do professor que substituira. Pensou mil coisas sobre como começar o primeiro dia, a primeira aula, a primeira turma.
Chegou à escola. A diretora o recebeu com uma cara de desprezo. Apresentou-o aos outros docentes. Cumprimentaram-no desanimados e com olhares indecisamente invejosos: que brilho empolgante ele resplandecia! Era jovem, cheio de expectativas e de ideias. “Bem-vindo”, disse um professor ao canto da sala, sem levantar o rosto do jornal que lia. “Oi”, disse uma professora com mais ou menos a sua idade, mas sem empolgação com o colega. Uma velha de cabelos avermelhados, com cara de fumante inveterada, segurando não uma xícara, mas uma caneca de café preto, meio que rosnou mostrando os dentes amarelados e disse algo imperceptível e desanimador. Os outros não disseram nada ou simplesmente olharam desanimados.
A turma do segundo ano foi a primeira e a síntese de todo o resto do seu dia. Moças e rapazes coloridos fitavam-no com curiosidade. Fez sucesso com umas das moças que se interessaram pela beleza do professor novo. Isso o assustou. Mas se apresentou, falou um pouco sobre o curso que fizera, sobre as coisas de que gostava, sobre a paixão pela língua... Mas, enquanto falava, começou a notar que as pessoas estavam cochichando e que algumas até começaram a rir... As meninas falavam da sua bunda. Os rapazes discutiam sua masculinidade. Não entendeu direito. Perguntou se estava tudo bem, se eles tinham alguma pergunta e tentou encaixar um bate-papo quebra-gelo para conhecê-los um pouco mais. Todos lhe responderam às perguntas com monossílabos e seus semblantes não demonstravam nem um pouco de interesse. Exceto as meninas que se lhe insinuavam.
Percebeu de cara que iniciar a aula que tinha preparado para falar do Modernismo seria um erro letal para o seu relacionamento com aquela turma. Aproveitou-se da “simpatia” de uma aluna e lhe perguntou se ela gostava de algum livro. Ela disse que sim, mas ele não conhecia histórias de vampiros diferentes da de Bram Stoker. Perguntou a um rapaz que estava próximo num grupo se ele conhecia algum livro bacana: “Professor, eu li o mesmo livro da Luana...”. Alguém do fundão gritou “Baitola!”. O professor aproveitou e perguntou ao engraçadinho o que ele havia lido. “Nunca terminei um livro” foi a resposta. “Bom, pelo menos alguém lê alguma coisa”, pensou.
Com mais da metade da aula perdida, ele já não sabia o que fazer para introduzir a matéria. Sentia-se comido vivo pelos alunos que não tinham ideia do que queriam. Mas alguém lhe perguntou sobre o acordo ortográfico de que tanto falavam na TV. E alguém imediatamente disse: “Essa merda é só para complicar. Se a gente tem o presente, o futuro e o passado, para que inventar o tal do pretérito perfeito?”. Quis chorar. Alguém disse: “Minha tia advogada falou que agora a crase não existe mais. Que bom!”.
Tentou não se aprofundar nessa discussão inútil, esboçou uma explicação, mas foi interrompido abruptamente por alguém, que o interrogou sem se dar o trabalho de levantar a mão antes para pedir permissão: “Ei, profe, esse negócio de crase não serve para nada. Acho que seria melhor tirar isso do livro e pronto... A gente não precisamos aprender isso.”
O dia seguiu seu curso sem mudar em nada. Toda sala parecia a mesma. Todos os alunos pareciam iguais: coloridos metidos a valentões, coloridos sensíveis e coloridas decotadas. Um mês inteiro se passou assim.
A musiquinha irritante do celular despertando parecia mais insistente agora do que nunca, mas ele não quis se levantar. E agora?

Escrevi esse texto em parceria com o Evandro. E tenho certeza de que, como nós, muitas das pessoas que decidiram se dedicar ao magistério já passaram por esse tipo de dúvida.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Does anybody know you?


Knowing someone is much more than spending some time with this person. There are people who will never get to know you, even if they try to.
Sometimes we spend a long time with the same people and even so they don’t get to know us. They think they do but the truth is that we don’t allow them to do it. And maybe it’s not because we don’t like them. It’s just because we know they wouldn’t understand us if they could figure us out. And that could make them suffer…
You can think of a person as someone but this person can be exactly the opposite of what you suppose. What we see can be an illusion. Actually we see what our eyes want to. If we could always look at someone with the eyes of the reason, we wouldn’t have to worry about it.
Parents don’t know their children, children don’t know their parents, siblings don’t know each other, friends don’t know each other… This is a very sad and common situation. I guess there are people who aren’t known by anybody. How can they live? How can they survive? How can they go on?
There must be at least one person on Earth who gets to know you the way you really are. Someone who knows your weaknesses, your flaws, your fears and everything that you hide in your heart, and loves you above all of these. There must be someone to whom you take your mask off, to whom you speak your mind up, on whom you can rely.
I am happy to have some people like that around me. And I’m specially thankful for my husband, my best friend, the one who knows me very well and even so is able to love me the way I am.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Changes happen


We make plans, we predict our future, we make reservations, we use our credit cards, we dream, we hope, but we also make mistakes.
Sometimes we base our whole lives on something we are not sure of, we spend a long time waiting for things that will never happen.
Sometimes we forget that anything, any tiny thing, can change everything in a minute. And we are never ready for that.
We must always have a B plan. “If that happened, what would I do?” Of course it’s difficult to know exactly what “that” means, but we must be prepared for changes.
People die, people move, people are born, people get fired, love stories get to an end, things are destroyed, feelings fade away… And eventually, when things like these happen, we must survive and go on.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Gratidão


Sou grata a Deus não apenas pelas coisas que Ele me deu quando eu pedi, mas também por aquelas que Ele me deu quando eu não merecia e, principalmente, por aquelas que Ele não me deu nem quando eu pedi muito, porque Ele sabia que eu não precisaria delas.

Às vezes a gente sofre e chora tanto por alguma coisa que quer e fica pensando que Deus não nos ouve ou que Ele é mau porque não nos dá aquilo que pedimos. Mas nós nos esquecemos de que é Ele quem sabe tudo enquanto nós nos enganamos a todo momento.

Todo mundo já pediu algo assim. Pode ser um emprego, um filho, um marido, um carro... Nem tudo o que no momento parece bom realmente é. Pense nisso. Tente se lembrar de tudo o que você não conseguiu e veja agora como isso foi bom para você.

Além disso, existem ocasiões em que culpamos a Deus porque Ele nos deu alguma coisa que não nos faz mais feliz. E nem nos lembramos de que a culpa é nossa, porque fomos nós que pedimos isso ou que procuramos por isso. Talvez Ele permita que passemos por situações como essa para que saibamos pedir melhor da próxima vez. Mas infelizmente, isso nem sempre funciona... E a gente quase nunca aprende.

Então, na próxima vez em que você Lhe fizer um pedido, lembre-se de que Ele pode responder de três formas diferentes: sim, não e mais tarde. E lembre-se também de acrescentar ao seu pedido a condição: “Se for da tua vontade”, para que o seu sim não se transforme mais tarde numa dura lição de vida.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não seja uma mala!


Ei, você alguma vez já olhou para alguém e pensou que essa pessoa não se tocava, não entendia que estava agindo de maneira errada, não percebia que não chegaria a lugar nenhum se continuasse assim?
Ou talvez já teve pena de alguém que não tinha os mesmos recursos que você, não entendia bem dos mesmos assuntos que você ou não vivia a vida tão plenamente quanto você?
Quem sabe você já chegou até mesmo a dizer a alguém o quanto essa pessoa estava persistindo num erro sem enxergar que isso estava atrapalhando o seu crescimento...
Isso é muito normal. A gente sempre observa as atitudes nas pessoas, sempre discorda da maioria delas, mas nem sempre lhes diz isso. Talvez por falta de oportunidade, ou mesmo por falta de necessidade ou até por falsidade...
Mas, cá entre nós, você alguma vez já parou para pensar se, de repente, quem está errado não é você e se você simplesmente pudesse perceber isso, tudo ao seu redor pareceria bem melhor e mais interessante?
Se não, eu preciso lhe dizer agora que você precisa consertar a sua vida primeiro, antes de cutucar a dos outros, e tentar ser um exemplo primeiro antes de dar conselhos da boca para fora.
Resumindo, quando a gente começa a achar que todo mundo é mala, geralmente é porque a mala somos nós mesmos.
Às vezes a gente acha que sabe tudo, que é o melhor, que não há nada que podemos aprender com os outros, mas a gente se engana. Ninguém pode viver sozinho e as experiências de todos ainda são uma grande fonte de sabedoria.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Erros


Sempre achamos que se pudéssemos voltar ao passado poderíamos consertar todos os nossos erros. Mas será que não cometeríamos outros, talvez até mais graves? Será que os erros que cometemos no passado não são parcialmente responsáveis pelo que somos hoje e se eles não tivessem existido seríamos outras pessoas completamente diferentes e provavelmente piores do que somos agora?
Todos erram. Uns mais, outros menos. E quem não erra não aprende, embora enquanto uns tentem consertar os erros, outros insistam em repeti-los.
É preciso tomar cuidado, pois alguns erros são simplesmente irreversíveis. Como quando se errou com alguém que já se foi. Aí não há como consertar o erro e nem como se desculpar por ele...
Existem muitas possibilidades de erros: com familiares, com amizades, com empregos, com namoros... A gente sempre poderia ter sido um filho melhor, um irmão melhor, um neto melhor, um sobrinho melhor, um primo melhor, um funcionário melhor, um patrão melhor, um namorado melhor, um marido melhor... Mas no momento em que há essa necessidade não sabemos disso. E depois de um tempo, quando a ficha cai, é quase sempre muito tarde para voltar atrás. O jeito é começar agora. Tentar ser tudo isso a partir de hoje para não ter que se arrepender de novo no futuro.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Hay que ser dita la verdad


La verdad debe ser dita mismo que sea muy difícil de aceptar
O cuándo hace sufrir las personas que amamos,
O mismo cuando nos hace sufrir a nosotros,
O cuando el dinero está involucrado,
O cuando ella te hará perder tu paciencia,
O cuando sabes que una mentirita seria bien mejor,
O cuando sea más fácil mentir.

Hoy, las personas están tan acostumbradas a decir mentiras
Que piensan estar diciendo la verdad
Y llegan a creer en cada cosa que dicen.

¿Donde están las personas honestas?
¿Quien tiene el coraje de decir lo que realmente piensa?
¿Quién no tiene medo de osar decir la verdad?
¿Quién será el primero a hacerlo?

terça-feira, 29 de junho de 2010

Erga a cabeça!


Ei, talvez você esteja triste, talvez esteja passando por uma situação difícil, talvez não acredite que haja um alívio para a dor que está sentindo, talvez você pense que o mundo deveria acabar logo para que toda a sua dor tivesse um fim...
Às vezes, a esperança não deixa nenhuma pista e tudo aquilo em que nos apoiamos parece estar a um passo de desabar. Talvez você esteja pensando que ninguém no mundo tem uma dor semelhante a sua, que ninguém vai compreender a angústia do seu coração e que não adianta desabafar com ninguém porque ninguém poderá ajudá-lo. Talvez você acredite que é o ser humano mais desastrado do mundo, que nada dá certo para você, que as coisas boas só acontecem na vida dos outros e talvez você até sinta inveja das pessoas que se dão bem, lá no fundinho do seu coração, naquele cantinho secreto que só você conhece...
Se você se sente assim, minha mensagem é para você. Sei que tudo o que você não quer neste momento é ouvir um conselho, mas não existe outra forma de passar pela dor, a não ser sentindo-a. Não dá para chegar do outro lado do abismo sem atravessá-lo. Não existe uma forma de vencer a batalha sem lutar. E se eu irrito você dizendo essas coisas, não culpe a mim. Culpe a todos os livros e os filmes que foram inspirados na superação. Culpe a todas as religiões que acreditam haver algo mais que esta simples e passageira vida que levamos.
E perceba que se não acreditarmos nisso, então toda a nossa vida será apenas um lance de sorte ou de azar. Então o bem e o mal não existirão e nada mais fará sentido no mundo. Ele será apenas dos sortudos, dos que conseguem as coisas ou dos que simplesmente as recebem. E não valerá a pena viver num mundo assim.
Lembre-se de todos aqueles que já passaram por uma dor insuportável: a perda de um ente querido, o rompimento de um namoro, um aborto espontâneo, a perda de um bom emprego, um assalto, uma enchente, a prisão de alguém... Enfim existem tantos motivos pelos quais as pessoas sofrem que chega a ser pretensioso acreditar que só você está sofrendo num mundo onde existem mais de sete bilhões de seres humanos, cheios de problemas e de falhas, como você...
Você pode não estar bem agora, mas concentre-se nos bons momentos que a vida já lhe concedeu. Ao invés de pensar em suas perdas, pense nas conquistas e sinta o sabor de cada uma delas novamente. E se você achar que sua vida não está repleta de conquistas, talvez você esteja ficando cego. Existem tantas coisas que conquistamos: um emprego (ainda que não seja o melhor do mundo), uma família, um amigo, um grande amor, um instrumento musical, um automóvel que, apesar de não ser uma Ferrari, é só seu, um lar ou até mesmo um par de tênis novos... E, além disso, existem aquelas que ainda estão esperando para ser conquistadas e, se você desistir agora, jamais saberá quais são elas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Música?


Hoje em dia é até difícil falar em música. Embora ela esteja em toda parte, sua essência está desaparecendo. Quando a gente vai ao shopping para fazer compras, geralmente ouve alguma canção de fundo e acaba cantando junto. Talvez porque a canção seja bonita, talvez porque seja nostálgica ou talvez simplesmente porque a gente decorou a letra.
Existem canções muito lindas. Elas são verdadeiros poemas e podem ser cantadas em várias línguas: inglês, português, italiano, etc. Elvis Presley, Caetano Veloso, Andrea Bocelli... Quem não se arrepia ouvindo algumas dessas vozes? Elas são aquelas que alegram o coração.
Existem também aquelas que nos transportam a outros tempos: aos tempos da faculdade, do colégio, da escola, da adolescência, da infância... Essas nem precisam ser boas, e muitas vezes a gente nem sabe o que elas realmente significam, só quer ouvi-las pelo prazer de viajar no tempo... Não importa a língua, o ritmo, o cantor ou a mensagem: o importante é o efeito que essas canções provocam.
Mas infelizmente esses não são os tipos de música que a gente mais escuta por aí. É mais fácil ouvir um “Pela última vez, eu, pela última vez...” ou um “Você não vale nada, mas eu gosto de você”, ou ainda um “O que pensa que eu sou?” Isso sem falar nos funks cariocas que o respeito que tenho pela moral não me permite colocar aqui.
Por que será que essas canções fazem sucesso? Não entendo... O primeiro exemplo não diz nada. E muitas outras do mesmo estilo também não dizem nada. Não é possível fazer uma analise literária em cima de algo que não diz nada. Sem falar que o refrão não condiz com o restante da música...
O segundo exemplo é atrativo pelo som, não pelo conteúdo da mensagem. E de repente todo mundo sai por aí dizendo que gosta de alguém que não vale nada... Talvez, no fundo, ninguém valha nada mesmo, né? Que profundo, não? E nesse meio a gente pode incluir o Rebolation e todos os estilos relacionados, aqueles que só se preocupam com o balanço da música e não estão nem aí para as letras.
Mas não dá para esquecer o Calipso, que faz as pessoas cantarem “do fundo do coração” essas canções “tão românticas”. Quem nunca viu uma “Joelma” cover cantando e dançando um dos grandes sucessos dessa cantora fenomenal, que se veste tão bem e tem a voz tão linda? Quem nunca viu ninguém aspirando ao mesmo talento dessa mulher? É um verdadeiro exemplo para as mulheres!
É claro que nem tudo é assim tão horrível hoje em dia. De vez em quando surgem algumas bandas ou duplas sertanejas que nos deixam felizes e nos dão uma mensagem bonita, ou uma mensagem de paz: “Deus e eu no sertão...” Que saibamos escolher o que ouvir e assim demos bons exemplos às gerações que nos sucederão e às que já estão por aí.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Decisão


Ele estava lá, olhando aquelas lembranças de tempos que já não voltariam. Como gostaria de poder voltar a eles, ao tempo em que as decisões sérias não precisavam ser tomadas de imediato e quase nunca por ele mesmo. Mas hoje era a véspera do seu grande dia. Ou não? Será que ele deveria seguir em frente? Sabia que teria que tomar a decisão correta porque não haveria tempo de consertar o que quer que fosse. Ficou pensando em todas as decisões que tinha tomado até então, mas não conseguiu se lembrar de nada que fosse tão importante quanto aquilo. E o pior, ele sabia, ainda estava por vir. Haveria muitas outras decisões a sua frente, mas já não havia ninguém a quem pedir conselhos cegamente, como outrora. Se decidisse seguir esse caminho, sua vida estaria selada para sempre. Só precisava decidir. Mas, mesmo se não tomasse nenhuma decisão, corria o risco de ter decidido não fazer nada. Queria poder espiar pela janelinha do futuro e olhar seu próprio rosto, se estaria sorrindo ou sofrendo, se estaria sozinho ou cercado de pessoas importantes, se teria boa condição financeira ou se passaria por algumas necessidades. É claro, ele sabia que todas as pessoas tinham que passar por isso, mas ele nunca pensou que seria difícil estar no lugar delas. Sem saber se seguia o coração ou a razão, se o fazia naquele momento ou mais tarde, se prosseguia ou se parava, sem saber de nada, ele permanecia imóvel, com os pensamentos atormentando sua cabeça.
Até que, enfim, ele se decidiu: levantou-se, vestiu-se como achou que deveria e saiu pela porta, ansioso pela mudança que estava por vir.

Escrevi este conto porque é assim que me sinto quando estou diante de uma decisão importante. E acredito que mais pessoas se sintam como eu. Por isso, quero dividir com elas um pouco dessa apreensão e mostrar que, embora difíceis, as decisões devem ser tomadas e no tempo oportuno.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Go West


I don't usually like putting lyrics here but this one shows exactly how I feel right now:

Go West
(Pet Shop Boys)

(Together) We will go our way
(Together) We will leave some day
(Together) Your hand in my hand
(Together) We will make our plan

(Together) We will fly so high
(Together) Tell all our friends goodbye
(Together) We will start like new
(Together) This is what we'll do:

(Go west) Life is peaceful there
(Go west) in the open air
(Go west) where the skies are blue
(Go west) this is what we're gonna do

(Together) We will love the beach
(Together) We will learn and teach
(Together) Change our pace of life
(Together) We will work and thrive

(I love you) I know you love me,
(I want you) how could I disagree?
(And that's why) I make no protest
(And you say) you will do the rest

(Go west) life is peaceful there
(Go west) in the open air
(Go west) baby, you and me
(Go west) this is our destiny
(Go west) sun and winter time
(Go west) we will do just fine
(Go west) where the skies are blue
(Go west) this is what we're gonna do

There, where the air is free
We'll be (we'll be) what we want to be
Now, if we make a stand
We'll find (we'll find) our promised land!

(I know that) there are many ways
(To live there) in the sun or shade
(Together) we will find the place
(To settle) where there's so much space

(Don't look back) And the place back east
(Wrestling) wrestling just to feast
(And we'll go) ready to be two
(So that's what) we are gonna do
(Oh, what we're gonna do is...)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Aniversários


Acho que algumas coisas não fazem sentido algum... Por exemplo, por que a gente parabeniza as pessoas no dia do seu aniversário? Por acaso é um mérito para alguém o fato de ficar mais velho? E, apesar de gostar dessa parte, não entendo porque a gente presenteia essas pessoas. Será que é uma forma de consolo já que elas estão se aproximando cada vez mais do fim? Não entendo nada disso... Acho que bastariam os abraços para consolar aqueles que, como eu, ficam tristes e arrependidos nessa data. Também creio que todos deveriam agradecer a Deus por mais um ano, pelas conquistas alcançadas ou simplesmente por terem durado mais um ano. “Senhor, obrigada por ter me permitido viver por mais um ano. Obrigada por todos os momentos felizes por que passei e por tudo aquilo que o Senhor me deu durante esse período. Ajuda-me a usar meu tempo de um modo agradável e produtivo. Ajuda-me a tomar decisões corretas e a mudar as coisas que me deixam triste e obrigada por ainda me ouvir. Amém!”

terça-feira, 2 de março de 2010

Gostar ou não gostar?


Afinal, por que a gente gosta de algumas coisas e não gosta de outras?
Se você gosta de algo é porque tem um sentimento bom em relação a isso. Sente paz, prazer, alegria, qualquer coisa boa...
Se você não gosta de alguma coisa é porque isso não lhe causa nenhum sentimento bom. Mas pode ser que lhe não cause nada, o que necessariamente não quer dizer que cause um sentimento ruim.
Portanto, não gostar não é o mesmo que odiar. Quem odeia não suporta, tem um sentimento mau dentro de si, mas quem não gosta, simplesmente não tem sentimentos.
A falta de amor não caracteriza o ódio.
Então, se alguém não gosta de você, pode ser que essa pessoa simplesmente não conheça você e não que seja sua inimiga.
Tem muita gente de quem eu não gosto porque não as conheço e, por isso, não posso ter nenhum sentimento para com essas pessoas.
Mas tem muito pouca gente que me causa um sentimento ruim, pessoas que talvez eu odeie. Ou talvez, não. Talvez eu só odeie algumas de suas atitudes... É errado odiar, eu sei. Deve-se amar o próximo, mas, às vezes, não se podem evitar certos sentimentos...

segunda-feira, 1 de março de 2010

My Medley


If I was young I’d flee this town, I’d bury my dreams underground because it’s no better to be safe than sorry... This was the sound of my soul: I had the feeling that I belonged, I had the feeling I could be someone… But everything was dust in the wind… It was under my skin, but out of my hands…
And these days the stars seem out of reach… Wise men say “Just walk this way”, but I don’t because if I fail, if I succeed, at least I live as I believe. You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one…
I remember all my life, every step I took, little things I should have said and done, I just never took the time. Sometimes I asked myself “Is there a heaven in the sky?” Because time could never mend the careless whispers of good friends… And my father, my mother, if they said “Why, why?”, I told them this was human nature… Because they never said: I’ll stand by you…
And what did I get when I fell in love? I was so confused, feeling like I’d just been used, and all by myself I didn’t want to be. Then someone said: ‘Just take my hand, hold it tight.” And, as women who have made mistakes are a little afraid and don’t like taking chances, at first I was afraid, I was petrified. Some people said “I bet they will never make it”, but lucky I’m in love with my best friend. Baby you’re all that I need when you’re lying here in my arms, and if you go, I wanna go with you, but, of course, loving would be easier if the colors were like my dreams: red, gold and green…
If I had to do the same again I would, my friend… Advice for a younger heart: Soon you will be older… Don't make it bad, take a sad song and make it better, remember to let her into your heart, then you can start, to make it better… So what is a man, what has he got? If not himself, then he has naught to say the things he truly feels and not the words of one who kneels…

They say...


They say I’m fat, but I’m much healthier than them…
They sat I’m lazy, but I do everything I have to in a simple way and try to enjoy some moments…
They sat I’m poor, but I’m richer than many people who have more money than me…
They say I can’t dance very well, but I’m not afraid of moving…
They say I can’t cook, but I wouldn’t die if I were hungry…
They say I’ve taken the wrong choice, but some of them haven´t chosen anything…
They say I’m old, but their minds are much older than mine…
They say I’m a dreamer, but they can’t dream anymore…
They tell me not to lie, but they forget to say the truth...
So they will always say these things to you, to me and to everyone else who listens to them. But we can’t give up, we can’t surrender, we have to stand up and face them because they are usually wrong. Who are they? Take a look around you and you will see…
However, don’t forget the ones who sometimes don’t say anything but who are always there when you need someone.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Papo de criança

Criança é um barato! Outro dia eu estava indo para o mercado e decidi alongar o caminho pelo parque. Como era um sábado à tarde, havia muitas crianças brincando por lá enquanto suas mães papeavam nos bancos.
Passei por um grupinho de crianças que estava brincando com um daqueles laptops infantis. Um garotinho estava dizendo: “Ei, Pedrinho, tome cuidado com o brinquedo da Alice porque o pai dela pagou caro, hein?” E a dona do brinquedo consentiu: “É verdade, meu pai pagou caro, mesmo.” O primeiro garotinho falou de novo: “Quanto? Uns 145?” E a menina respondeu: “Não, né? A gente também não é rico...”
Como é que eles podiam falar de valores sem saber do que estavam falando? Só eles, mesmo!
Então, o meu caminho terminou. Atravessei a rua e cheguei ao mercado. Enquanto escolhia algumas coisas, ouvi uma menininha pedir algo a sua mãe. A mulher respondeu: “Ah, filha! Não dá! O dinheiro está pouco...” Mas a menina respondeu: “Não precisa de dinheiro. Use o cartão de crédito!”
Por causa disso, fiquei me lembrando de coisas engraçadas que crianças falam... Aí, quando voltei para casa, decidi escrever algumas.
Lembrei-me de ter ido a um aniversário de uma menininha de 5 anos (que hoje já é uma meninona!) e de ter visto uma outra menina entregando um presente para ela, uma miniatura de bicicleta. Sem hesitar, a aniversariante perguntou: “Foi caro isto aqui?” E a outra garotinha respondeu: “Não. Minha mãe comprou na loja de 1,99.”
Essas crianças! Já pensou se os adultos fossem tão sinceros quanto elas? E mais, se não se importassem com isso?
Depois me lembrei de ter observado duas outras crianças conhecidas conversando, um menino moreninho e uma menina loirinha. A menina perguntou ao menino quando ele veria seu pai. Ele respondeu: “Amanhã eu vou a casa dele. Vou brincar o dia inteiro.” E a menina empolgada: “Legal. Será que eu posso ir também?” Mas ele logo cortou as asinhas dela: “Fazer o quê lá se só tem negro?”
Talvez você ache que isso foi uma frase racista, mas, na minha opinião, foi apenas sincera.
Lembrei-me também de ter visto um amigo tentando ensinar um grupinho de crianças a fazer alguma coisa no computador. Ao ouvir a explicação, um dos garotos perguntou: “Tem certeza de que é assim, tio?” E, antes de ele responder, a garotinha respondeu: “Claro, né? Os adultos sabem mais do que as crianças...”
É uma pena que esse pensamento dela vá mudar logo, logo...
E eu não podia deixar de me lembrar da minha priminha. Estávamos assistindo à novela e havia uma garota deitada em sua cama pensando na briga que tivera com o namorado. Daí a menina me perguntou: “Você também deita na cama quando perde o namorado?” Eu comecei a rir e nem respondi. Mas fiz errado, porque ela nunca mais me perguntou nada assim...
É engraçado lembrar esses pequenos episódios porque, infelizmente, as conversas de criança são temporárias e as de adulto nem sempre são tão interessantes.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Carnaval


Eu adoro o feriado, mas ODEIO o Carnaval! Não sei para que ele existe.
Será que precisava de quatro dias para festejar algo que se festeja o tempo todo?
Dá para sambar, beber, suar, bagunçar e paquerar (por assim dizer) todo dia. Não precisa de feriado para isso.
É só uma desculpa para fazer coisa errada: ficar pelado sem problema, beijar todo mundo...
Pior que o ano só começa depois do Carnaval. Antes, não tem aula, não tem nada. É sempre assim: quando se acaba de festejar a chegada do ano novo, lá vêm aqueles comerciais das escolas de samba na TV... E sem contar as marchinhas terríveis do Silvio Santos! (Meu, deviam ser proibidas!)
Outro dia um cara me disse que não gosta mais do Carnaval agora que já está casado. Sincero, não?
Tem gente que ainda viaja lá para o meio da farra! Como será que eles aguentam?
Eu queria era viajar para bem longe, num lugar bem tranquilo e ficar por lá até acabar tudo, voltar só depois daquela votação chata da escola vencedora...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Desabafo



Não aguento mais tantos programas ruins na TV aberta! É Reality Show, é programa de fofoca, é gente fazendo barraco, é programa de humor que não tem graça nenhuma!... Tanta coisa que não presta e que o povo ainda assiste, com aquela velha desculpa “não tenho nada para fazer, mesmo...”
Reality Shows são insuportáveis: é Big Brother, é A Fazenda... Um povo confinado em algum lugar, sem ter nada para fazer, correndo atrás de uma grana preta... Parece que todo mundo adora ficar assistindo a essas porcarias. Até criança gosta! Parecem uma lavagem cerebral. O povo assiste, fica viciado e sai comentando por aí. E os pobres coitados que não perdem tempo com isso são obrigados a ficar sabendo das “novidades”...
Não ligue sua TV à tarde se você não tiver canais pagos ou não quiser colocar um DVD. Só tem fofoca. É gente que casa, gente que descasa, que engravida, que dá escândalo... Só porcaria! Eu não estou nem aí para a vida dos “famosos”, a minha é muito mais importante...
Ratinho, Cristina Rocha... Só barraco! Como se fosse necessário ligar a TV para ver um barraco, né? Infelizmente, sem querer, a gente acaba vendo um monte na rua mesmo... Isso porque, como dizem, “a vida imita a arte”, ou será o contrário?
Programa de humor tem uma nova definição agora: é um programa que não traz nenhuma informação e que não provoca nenhuma emoção no espectador. Mas continua no ar, é claro. Tem tanta gente assistindo...
Bom, tá. De vez em quando, aparecem coisas boas. Um filminho, um documentário sobre algo diferente, um showzinho de um bom cantor... Basta saber escolher. Quem sabe se todo mundo escolher bem, o nível cultural da programação não aumenta, né?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Amor

Ocioso, como raramente se via, ele acabou se sentando na velha poltrona com um álbum empoeirado nas mãos. Nem se lembrava mais das fotos que estavam ali. Então, abriu-o e deixou-se viajar pelo tempo, olhando aquelas imagens dos momentos que não voltariam mais. E olhando para ela, que, é claro, estava ao seu lado. Como sempre havia estado.
Como eram bonitos os seus olhos! E o seu sorriso tinha uma força que ele não vira em nenhum outro. Sentia-se novamente apaixonado por ela.
Seria a mesma que chegaria do trabalho daí a pouco e começaria a contar todas as desavenças do seu dia? Talvez... Talvez a moça mais linda de sua juventude ainda estivesse em algum lugar naquela mulher.
As imagens o transportavam para o momento em que as fotos haviam sido tiradas. E ele quase respondia em voz alta quando se lembrava das conversas que tiveram. Meu Deus, como o tempo passa rápido! Nesse tempo eles jamais se imaginariam juntos, numa família de quatro pessoas, vinte anos depois!
Tinham sido felizes? Tinham aproveitado a vida?
E o filme em sua cabeça começou a rodar: ela, tão linda, entrando de noiva na igreja lotada! Eles tendo problemas com as contas nos primeiros meses do casamento... O dia em que ela lhe dissera que estava grávida: o seu primeiro filho! Será que existia uma emoção maior do que essa? E a menina? Como era carinhosa! Ela podia pedir o que quisesse que ele encontraria uma forma de agradá-la, apesar da situação financeira nunca ter sido muito fácil. Lembrou-se de ter assinado os boletins das crianças, tantas vezes, orgulhoso! Será que os filhos haviam herdado isso dele ou da mãe? Como eram inteligentes! Como ele era feliz por ser o pai deles!
Lembrou-se de todas as vezes em que a esposa encontrou uma nova ruga e veio, aos prantos, reclamar do tempo. Depois vieram os cabelos brancos e seu peso foi aumentando... Mas, ora essa, ela ainda era linda para uma mulher de quase meio século! E ele ainda a amava, não como quando nos tempos da juventude, mas muito mais!
Ele sabia que, se, de alguma forma, pudesse voltar àqueles tempos, não mudaria muita coisa. Apenas os viveria com mais intensidade... Andaria mais vezes de mãos dadas com ela... Olharia menos vezes para o relógio aos fins de semana... Levaria as crianças mais vezes para o parque... Diria mais vezes o quanto amava cada um.
Ainda estava absorto em seus pensamentos quando ela chegou. Tinha uma sacola de compras e estava reclamando porque ninguém tinha posto o lixo para fora. Devia ter tido um dia meio estressante... Ele não ouviu o que ela estava dizendo. Simplesmente tirou-lhe a sacola das mãos e disse: Amor,vamos sair para jantar hoje?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo!



Desejo que tenhamos realmente algo de novo neste novo ano. Que deixemos de lado as velhas coisas que já não nos satisfazem e que possamos renovar não apenas o que estiver ao nosso redor, mas também dentro de nós mesmos. Desejo que saibamos aproveitar o nosso tempo, que a cada dia parece passar mais rápido, que disfrutemos melhor dos poucos momentos em que estivermos entre amigos ou entre familiares. Desejo que sejamos felizes de verdade, sem falsidade, sem medo e sem arrependimento. Que cumpramos as íntimas promessas que fizemos nos primeiros minutos de 2010. Que aprendamos mais, assistamos menos televisão, conversemos mais, leiamos mais, passeemos mais e, assim, vivamos mais!