Pequena Amplitude é uma extensão da minha voz e dos meus pensamentos porque nem sempre temos tempo e oportunidade de falar o que pensamos ou de ser quem somos.

domingo, 30 de outubro de 2011

Falar e conversar


Acho que hoje em dia as pessoas falam demais, cada vez mais, mas não conversam.
Falar o que você quer perto de alguém que também está falando sobre o que quer e que responde às suas perguntas quando lhe é solicitado não é conversar. Para conversar, as pessoas devem estar falando sobre o mesmo assunto e, se não concordando, ao menos ouvindo a opinião uma da outra.
Ouvir é uma arte que poucos dominam. Escutar é algo bem diferente. Geralmente nós escutamos o que alguém nos diz, mas não ouvimos, não prestamos a devida atenção às palavras dos outros.
Às vezes, tudo o que alguém precisa é ser ouvido. Mas nós falhamos nessa simples tarefa. Não ouvimos.
Todos querem ser ouvidos, mas ninguém quer ouvir. Todos querem compartilhar suas histórias, por mais que sejam inoportunas para o momento. Todos precisam falar.
E talvez por isso as redes sociais, como o Facebook, façam tanto sucesso. Lá você pode falar, você pode postar tudo o que quiser sem se preocupar em ouvir, ou em ler o que os outros escrevem ou dizem.
Antigamente, quando acontecia alguma coisa boa ou ruim, significativa de alguma forma, as pessoas ansiavam por ligar para alguém, por contar as novidades a uma pessoa íntima, e de pedir conselhos a essa pessoa. Mas hoje não.
Hoje as pessoas se afastam cada vez mais. Os e-mails substituíram os telefonemas, os recadinhos substituíram as visitas. Os posts substituíram os melhores amigos. E isso tudo é tão triste...
Lembre-se disso: ouça. Ouça o que o seu amigo tem a dizer, ajude-o agora para que ele também possa ouvir você e ajudá-lo quando você precisar.

domingo, 3 de abril de 2011

Mon porte-bonheur


Ma première rédaction en français! J'espére que vous l'aimez.

Je ne sais pas très bien ce que le bonheur est, mais je pense que je suis une personne heureuse.
Les gens le cherchent beaucoup, tous les jours pendant toutes ses vies, mais ce n’est pas possible de voir le bonheur. Peut-être nous l’avons et nous ne savons pas de ça.
Si vous avez une famille que vous aimez, un emploi que vos donne l’argent suffisant por vivre, si vous avez des amis près de vous quand vous avez des problèmes, si vous avez le temps pour voir les choses jolies que la vie a... Tout ça est un signe de que vous êtes heureux aussi. Pensez à ça et arretez de chercher la bonheur, une chose que vous déjà avez !

domingo, 24 de outubro de 2010

Dúvida Crucial


A musiquinha irritante do alarme do celular nem o incomodou. Ele saltou da cama já no primeiro toque. Estava ansioso, estava feliz, estava cheio de esperanças. Era o seu primeiro dia no novo trabalho! Quem diria que ele seria aceito tão facilmente quando outras pessoas, seus colegas de faculdade, sofriam tanto para conseguir uma vaga de professor. E, ainda por cima, nem era em escola pública (ele ouvia rumores de que ninguém conseguia dar aulas em escola pública porque era muito perigoso). Não, o seu currículo havia sido aceito numa escola particular, perto de sua casa. Ele lecionaria português para o Ensino Médio. Ensino Médio! Puxa, que bom que não era para o Ensino Fundamental! Diziam que as quintas-séries eram o inferno na terra...
Tinha poucos minutos para se aprontar e para tomar seu café da manhã. E durante esse tempinho ainda se preocupou em repassar sua aula de literatura que continuaria a matéria do professor que substituira. Pensou mil coisas sobre como começar o primeiro dia, a primeira aula, a primeira turma.
Chegou à escola. A diretora o recebeu com uma cara de desprezo. Apresentou-o aos outros docentes. Cumprimentaram-no desanimados e com olhares indecisamente invejosos: que brilho empolgante ele resplandecia! Era jovem, cheio de expectativas e de ideias. “Bem-vindo”, disse um professor ao canto da sala, sem levantar o rosto do jornal que lia. “Oi”, disse uma professora com mais ou menos a sua idade, mas sem empolgação com o colega. Uma velha de cabelos avermelhados, com cara de fumante inveterada, segurando não uma xícara, mas uma caneca de café preto, meio que rosnou mostrando os dentes amarelados e disse algo imperceptível e desanimador. Os outros não disseram nada ou simplesmente olharam desanimados.
A turma do segundo ano foi a primeira e a síntese de todo o resto do seu dia. Moças e rapazes coloridos fitavam-no com curiosidade. Fez sucesso com umas das moças que se interessaram pela beleza do professor novo. Isso o assustou. Mas se apresentou, falou um pouco sobre o curso que fizera, sobre as coisas de que gostava, sobre a paixão pela língua... Mas, enquanto falava, começou a notar que as pessoas estavam cochichando e que algumas até começaram a rir... As meninas falavam da sua bunda. Os rapazes discutiam sua masculinidade. Não entendeu direito. Perguntou se estava tudo bem, se eles tinham alguma pergunta e tentou encaixar um bate-papo quebra-gelo para conhecê-los um pouco mais. Todos lhe responderam às perguntas com monossílabos e seus semblantes não demonstravam nem um pouco de interesse. Exceto as meninas que se lhe insinuavam.
Percebeu de cara que iniciar a aula que tinha preparado para falar do Modernismo seria um erro letal para o seu relacionamento com aquela turma. Aproveitou-se da “simpatia” de uma aluna e lhe perguntou se ela gostava de algum livro. Ela disse que sim, mas ele não conhecia histórias de vampiros diferentes da de Bram Stoker. Perguntou a um rapaz que estava próximo num grupo se ele conhecia algum livro bacana: “Professor, eu li o mesmo livro da Luana...”. Alguém do fundão gritou “Baitola!”. O professor aproveitou e perguntou ao engraçadinho o que ele havia lido. “Nunca terminei um livro” foi a resposta. “Bom, pelo menos alguém lê alguma coisa”, pensou.
Com mais da metade da aula perdida, ele já não sabia o que fazer para introduzir a matéria. Sentia-se comido vivo pelos alunos que não tinham ideia do que queriam. Mas alguém lhe perguntou sobre o acordo ortográfico de que tanto falavam na TV. E alguém imediatamente disse: “Essa merda é só para complicar. Se a gente tem o presente, o futuro e o passado, para que inventar o tal do pretérito perfeito?”. Quis chorar. Alguém disse: “Minha tia advogada falou que agora a crase não existe mais. Que bom!”.
Tentou não se aprofundar nessa discussão inútil, esboçou uma explicação, mas foi interrompido abruptamente por alguém, que o interrogou sem se dar o trabalho de levantar a mão antes para pedir permissão: “Ei, profe, esse negócio de crase não serve para nada. Acho que seria melhor tirar isso do livro e pronto... A gente não precisamos aprender isso.”
O dia seguiu seu curso sem mudar em nada. Toda sala parecia a mesma. Todos os alunos pareciam iguais: coloridos metidos a valentões, coloridos sensíveis e coloridas decotadas. Um mês inteiro se passou assim.
A musiquinha irritante do celular despertando parecia mais insistente agora do que nunca, mas ele não quis se levantar. E agora?

Escrevi esse texto em parceria com o Evandro. E tenho certeza de que, como nós, muitas das pessoas que decidiram se dedicar ao magistério já passaram por esse tipo de dúvida.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Does anybody know you?


Knowing someone is much more than spending some time with this person. There are people who will never get to know you, even if they try to.
Sometimes we spend a long time with the same people and even so they don’t get to know us. They think they do but the truth is that we don’t allow them to do it. And maybe it’s not because we don’t like them. It’s just because we know they wouldn’t understand us if they could figure us out. And that could make them suffer…
You can think of a person as someone but this person can be exactly the opposite of what you suppose. What we see can be an illusion. Actually we see what our eyes want to. If we could always look at someone with the eyes of the reason, we wouldn’t have to worry about it.
Parents don’t know their children, children don’t know their parents, siblings don’t know each other, friends don’t know each other… This is a very sad and common situation. I guess there are people who aren’t known by anybody. How can they live? How can they survive? How can they go on?
There must be at least one person on Earth who gets to know you the way you really are. Someone who knows your weaknesses, your flaws, your fears and everything that you hide in your heart, and loves you above all of these. There must be someone to whom you take your mask off, to whom you speak your mind up, on whom you can rely.
I am happy to have some people like that around me. And I’m specially thankful for my husband, my best friend, the one who knows me very well and even so is able to love me the way I am.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Changes happen


We make plans, we predict our future, we make reservations, we use our credit cards, we dream, we hope, but we also make mistakes.
Sometimes we base our whole lives on something we are not sure of, we spend a long time waiting for things that will never happen.
Sometimes we forget that anything, any tiny thing, can change everything in a minute. And we are never ready for that.
We must always have a B plan. “If that happened, what would I do?” Of course it’s difficult to know exactly what “that” means, but we must be prepared for changes.
People die, people move, people are born, people get fired, love stories get to an end, things are destroyed, feelings fade away… And eventually, when things like these happen, we must survive and go on.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Gratidão


Sou grata a Deus não apenas pelas coisas que Ele me deu quando eu pedi, mas também por aquelas que Ele me deu quando eu não merecia e, principalmente, por aquelas que Ele não me deu nem quando eu pedi muito, porque Ele sabia que eu não precisaria delas.

Às vezes a gente sofre e chora tanto por alguma coisa que quer e fica pensando que Deus não nos ouve ou que Ele é mau porque não nos dá aquilo que pedimos. Mas nós nos esquecemos de que é Ele quem sabe tudo enquanto nós nos enganamos a todo momento.

Todo mundo já pediu algo assim. Pode ser um emprego, um filho, um marido, um carro... Nem tudo o que no momento parece bom realmente é. Pense nisso. Tente se lembrar de tudo o que você não conseguiu e veja agora como isso foi bom para você.

Além disso, existem ocasiões em que culpamos a Deus porque Ele nos deu alguma coisa que não nos faz mais feliz. E nem nos lembramos de que a culpa é nossa, porque fomos nós que pedimos isso ou que procuramos por isso. Talvez Ele permita que passemos por situações como essa para que saibamos pedir melhor da próxima vez. Mas infelizmente, isso nem sempre funciona... E a gente quase nunca aprende.

Então, na próxima vez em que você Lhe fizer um pedido, lembre-se de que Ele pode responder de três formas diferentes: sim, não e mais tarde. E lembre-se também de acrescentar ao seu pedido a condição: “Se for da tua vontade”, para que o seu sim não se transforme mais tarde numa dura lição de vida.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não seja uma mala!


Ei, você alguma vez já olhou para alguém e pensou que essa pessoa não se tocava, não entendia que estava agindo de maneira errada, não percebia que não chegaria a lugar nenhum se continuasse assim?
Ou talvez já teve pena de alguém que não tinha os mesmos recursos que você, não entendia bem dos mesmos assuntos que você ou não vivia a vida tão plenamente quanto você?
Quem sabe você já chegou até mesmo a dizer a alguém o quanto essa pessoa estava persistindo num erro sem enxergar que isso estava atrapalhando o seu crescimento...
Isso é muito normal. A gente sempre observa as atitudes nas pessoas, sempre discorda da maioria delas, mas nem sempre lhes diz isso. Talvez por falta de oportunidade, ou mesmo por falta de necessidade ou até por falsidade...
Mas, cá entre nós, você alguma vez já parou para pensar se, de repente, quem está errado não é você e se você simplesmente pudesse perceber isso, tudo ao seu redor pareceria bem melhor e mais interessante?
Se não, eu preciso lhe dizer agora que você precisa consertar a sua vida primeiro, antes de cutucar a dos outros, e tentar ser um exemplo primeiro antes de dar conselhos da boca para fora.
Resumindo, quando a gente começa a achar que todo mundo é mala, geralmente é porque a mala somos nós mesmos.
Às vezes a gente acha que sabe tudo, que é o melhor, que não há nada que podemos aprender com os outros, mas a gente se engana. Ninguém pode viver sozinho e as experiências de todos ainda são uma grande fonte de sabedoria.