
Hoje em dia é até difícil falar em música. Embora ela esteja em toda parte, sua essência está desaparecendo. Quando a gente vai ao shopping para fazer compras, geralmente ouve alguma canção de fundo e acaba cantando junto. Talvez porque a canção seja bonita, talvez porque seja nostálgica ou talvez simplesmente porque a gente decorou a letra.
Existem canções muito lindas. Elas são verdadeiros poemas e podem ser cantadas em várias línguas: inglês, português, italiano, etc. Elvis Presley, Caetano Veloso, Andrea Bocelli... Quem não se arrepia ouvindo algumas dessas vozes? Elas são aquelas que alegram o coração.
Existem também aquelas que nos transportam a outros tempos: aos tempos da faculdade, do colégio, da escola, da adolescência, da infância... Essas nem precisam ser boas, e muitas vezes a gente nem sabe o que elas realmente significam, só quer ouvi-las pelo prazer de viajar no tempo... Não importa a língua, o ritmo, o cantor ou a mensagem: o importante é o efeito que essas canções provocam.
Mas infelizmente esses não são os tipos de música que a gente mais escuta por aí. É mais fácil ouvir um “Pela última vez, eu, pela última vez...” ou um “Você não vale nada, mas eu gosto de você”, ou ainda um “O que pensa que eu sou?” Isso sem falar nos funks cariocas que o respeito que tenho pela moral não me permite colocar aqui.
Por que será que essas canções fazem sucesso? Não entendo... O primeiro exemplo não diz nada. E muitas outras do mesmo estilo também não dizem nada. Não é possível fazer uma analise literária em cima de algo que não diz nada. Sem falar que o refrão não condiz com o restante da música...
O segundo exemplo é atrativo pelo som, não pelo conteúdo da mensagem. E de repente todo mundo sai por aí dizendo que gosta de alguém que não vale nada... Talvez, no fundo, ninguém valha nada mesmo, né? Que profundo, não? E nesse meio a gente pode incluir o Rebolation e todos os estilos relacionados, aqueles que só se preocupam com o balanço da música e não estão nem aí para as letras.
Mas não dá para esquecer o Calipso, que faz as pessoas cantarem “do fundo do coração” essas canções “tão românticas”. Quem nunca viu uma “Joelma” cover cantando e dançando um dos grandes sucessos dessa cantora fenomenal, que se veste tão bem e tem a voz tão linda? Quem nunca viu ninguém aspirando ao mesmo talento dessa mulher? É um verdadeiro exemplo para as mulheres!
É claro que nem tudo é assim tão horrível hoje em dia. De vez em quando surgem algumas bandas ou duplas sertanejas que nos deixam felizes e nos dão uma mensagem bonita, ou uma mensagem de paz: “Deus e eu no sertão...” Que saibamos escolher o que ouvir e assim demos bons exemplos às gerações que nos sucederão e às que já estão por aí.
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