Pequena Amplitude é uma extensão da minha voz e dos meus pensamentos porque nem sempre temos tempo e oportunidade de falar o que pensamos ou de ser quem somos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Erga a cabeça!


Ei, talvez você esteja triste, talvez esteja passando por uma situação difícil, talvez não acredite que haja um alívio para a dor que está sentindo, talvez você pense que o mundo deveria acabar logo para que toda a sua dor tivesse um fim...
Às vezes, a esperança não deixa nenhuma pista e tudo aquilo em que nos apoiamos parece estar a um passo de desabar. Talvez você esteja pensando que ninguém no mundo tem uma dor semelhante a sua, que ninguém vai compreender a angústia do seu coração e que não adianta desabafar com ninguém porque ninguém poderá ajudá-lo. Talvez você acredite que é o ser humano mais desastrado do mundo, que nada dá certo para você, que as coisas boas só acontecem na vida dos outros e talvez você até sinta inveja das pessoas que se dão bem, lá no fundinho do seu coração, naquele cantinho secreto que só você conhece...
Se você se sente assim, minha mensagem é para você. Sei que tudo o que você não quer neste momento é ouvir um conselho, mas não existe outra forma de passar pela dor, a não ser sentindo-a. Não dá para chegar do outro lado do abismo sem atravessá-lo. Não existe uma forma de vencer a batalha sem lutar. E se eu irrito você dizendo essas coisas, não culpe a mim. Culpe a todos os livros e os filmes que foram inspirados na superação. Culpe a todas as religiões que acreditam haver algo mais que esta simples e passageira vida que levamos.
E perceba que se não acreditarmos nisso, então toda a nossa vida será apenas um lance de sorte ou de azar. Então o bem e o mal não existirão e nada mais fará sentido no mundo. Ele será apenas dos sortudos, dos que conseguem as coisas ou dos que simplesmente as recebem. E não valerá a pena viver num mundo assim.
Lembre-se de todos aqueles que já passaram por uma dor insuportável: a perda de um ente querido, o rompimento de um namoro, um aborto espontâneo, a perda de um bom emprego, um assalto, uma enchente, a prisão de alguém... Enfim existem tantos motivos pelos quais as pessoas sofrem que chega a ser pretensioso acreditar que só você está sofrendo num mundo onde existem mais de sete bilhões de seres humanos, cheios de problemas e de falhas, como você...
Você pode não estar bem agora, mas concentre-se nos bons momentos que a vida já lhe concedeu. Ao invés de pensar em suas perdas, pense nas conquistas e sinta o sabor de cada uma delas novamente. E se você achar que sua vida não está repleta de conquistas, talvez você esteja ficando cego. Existem tantas coisas que conquistamos: um emprego (ainda que não seja o melhor do mundo), uma família, um amigo, um grande amor, um instrumento musical, um automóvel que, apesar de não ser uma Ferrari, é só seu, um lar ou até mesmo um par de tênis novos... E, além disso, existem aquelas que ainda estão esperando para ser conquistadas e, se você desistir agora, jamais saberá quais são elas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Música?


Hoje em dia é até difícil falar em música. Embora ela esteja em toda parte, sua essência está desaparecendo. Quando a gente vai ao shopping para fazer compras, geralmente ouve alguma canção de fundo e acaba cantando junto. Talvez porque a canção seja bonita, talvez porque seja nostálgica ou talvez simplesmente porque a gente decorou a letra.
Existem canções muito lindas. Elas são verdadeiros poemas e podem ser cantadas em várias línguas: inglês, português, italiano, etc. Elvis Presley, Caetano Veloso, Andrea Bocelli... Quem não se arrepia ouvindo algumas dessas vozes? Elas são aquelas que alegram o coração.
Existem também aquelas que nos transportam a outros tempos: aos tempos da faculdade, do colégio, da escola, da adolescência, da infância... Essas nem precisam ser boas, e muitas vezes a gente nem sabe o que elas realmente significam, só quer ouvi-las pelo prazer de viajar no tempo... Não importa a língua, o ritmo, o cantor ou a mensagem: o importante é o efeito que essas canções provocam.
Mas infelizmente esses não são os tipos de música que a gente mais escuta por aí. É mais fácil ouvir um “Pela última vez, eu, pela última vez...” ou um “Você não vale nada, mas eu gosto de você”, ou ainda um “O que pensa que eu sou?” Isso sem falar nos funks cariocas que o respeito que tenho pela moral não me permite colocar aqui.
Por que será que essas canções fazem sucesso? Não entendo... O primeiro exemplo não diz nada. E muitas outras do mesmo estilo também não dizem nada. Não é possível fazer uma analise literária em cima de algo que não diz nada. Sem falar que o refrão não condiz com o restante da música...
O segundo exemplo é atrativo pelo som, não pelo conteúdo da mensagem. E de repente todo mundo sai por aí dizendo que gosta de alguém que não vale nada... Talvez, no fundo, ninguém valha nada mesmo, né? Que profundo, não? E nesse meio a gente pode incluir o Rebolation e todos os estilos relacionados, aqueles que só se preocupam com o balanço da música e não estão nem aí para as letras.
Mas não dá para esquecer o Calipso, que faz as pessoas cantarem “do fundo do coração” essas canções “tão românticas”. Quem nunca viu uma “Joelma” cover cantando e dançando um dos grandes sucessos dessa cantora fenomenal, que se veste tão bem e tem a voz tão linda? Quem nunca viu ninguém aspirando ao mesmo talento dessa mulher? É um verdadeiro exemplo para as mulheres!
É claro que nem tudo é assim tão horrível hoje em dia. De vez em quando surgem algumas bandas ou duplas sertanejas que nos deixam felizes e nos dão uma mensagem bonita, ou uma mensagem de paz: “Deus e eu no sertão...” Que saibamos escolher o que ouvir e assim demos bons exemplos às gerações que nos sucederão e às que já estão por aí.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Decisão


Ele estava lá, olhando aquelas lembranças de tempos que já não voltariam. Como gostaria de poder voltar a eles, ao tempo em que as decisões sérias não precisavam ser tomadas de imediato e quase nunca por ele mesmo. Mas hoje era a véspera do seu grande dia. Ou não? Será que ele deveria seguir em frente? Sabia que teria que tomar a decisão correta porque não haveria tempo de consertar o que quer que fosse. Ficou pensando em todas as decisões que tinha tomado até então, mas não conseguiu se lembrar de nada que fosse tão importante quanto aquilo. E o pior, ele sabia, ainda estava por vir. Haveria muitas outras decisões a sua frente, mas já não havia ninguém a quem pedir conselhos cegamente, como outrora. Se decidisse seguir esse caminho, sua vida estaria selada para sempre. Só precisava decidir. Mas, mesmo se não tomasse nenhuma decisão, corria o risco de ter decidido não fazer nada. Queria poder espiar pela janelinha do futuro e olhar seu próprio rosto, se estaria sorrindo ou sofrendo, se estaria sozinho ou cercado de pessoas importantes, se teria boa condição financeira ou se passaria por algumas necessidades. É claro, ele sabia que todas as pessoas tinham que passar por isso, mas ele nunca pensou que seria difícil estar no lugar delas. Sem saber se seguia o coração ou a razão, se o fazia naquele momento ou mais tarde, se prosseguia ou se parava, sem saber de nada, ele permanecia imóvel, com os pensamentos atormentando sua cabeça.
Até que, enfim, ele se decidiu: levantou-se, vestiu-se como achou que deveria e saiu pela porta, ansioso pela mudança que estava por vir.

Escrevi este conto porque é assim que me sinto quando estou diante de uma decisão importante. E acredito que mais pessoas se sintam como eu. Por isso, quero dividir com elas um pouco dessa apreensão e mostrar que, embora difíceis, as decisões devem ser tomadas e no tempo oportuno.