Pequena Amplitude é uma extensão da minha voz e dos meus pensamentos porque nem sempre temos tempo e oportunidade de falar o que pensamos ou de ser quem somos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Papo de criança

Criança é um barato! Outro dia eu estava indo para o mercado e decidi alongar o caminho pelo parque. Como era um sábado à tarde, havia muitas crianças brincando por lá enquanto suas mães papeavam nos bancos.
Passei por um grupinho de crianças que estava brincando com um daqueles laptops infantis. Um garotinho estava dizendo: “Ei, Pedrinho, tome cuidado com o brinquedo da Alice porque o pai dela pagou caro, hein?” E a dona do brinquedo consentiu: “É verdade, meu pai pagou caro, mesmo.” O primeiro garotinho falou de novo: “Quanto? Uns 145?” E a menina respondeu: “Não, né? A gente também não é rico...”
Como é que eles podiam falar de valores sem saber do que estavam falando? Só eles, mesmo!
Então, o meu caminho terminou. Atravessei a rua e cheguei ao mercado. Enquanto escolhia algumas coisas, ouvi uma menininha pedir algo a sua mãe. A mulher respondeu: “Ah, filha! Não dá! O dinheiro está pouco...” Mas a menina respondeu: “Não precisa de dinheiro. Use o cartão de crédito!”
Por causa disso, fiquei me lembrando de coisas engraçadas que crianças falam... Aí, quando voltei para casa, decidi escrever algumas.
Lembrei-me de ter ido a um aniversário de uma menininha de 5 anos (que hoje já é uma meninona!) e de ter visto uma outra menina entregando um presente para ela, uma miniatura de bicicleta. Sem hesitar, a aniversariante perguntou: “Foi caro isto aqui?” E a outra garotinha respondeu: “Não. Minha mãe comprou na loja de 1,99.”
Essas crianças! Já pensou se os adultos fossem tão sinceros quanto elas? E mais, se não se importassem com isso?
Depois me lembrei de ter observado duas outras crianças conhecidas conversando, um menino moreninho e uma menina loirinha. A menina perguntou ao menino quando ele veria seu pai. Ele respondeu: “Amanhã eu vou a casa dele. Vou brincar o dia inteiro.” E a menina empolgada: “Legal. Será que eu posso ir também?” Mas ele logo cortou as asinhas dela: “Fazer o quê lá se só tem negro?”
Talvez você ache que isso foi uma frase racista, mas, na minha opinião, foi apenas sincera.
Lembrei-me também de ter visto um amigo tentando ensinar um grupinho de crianças a fazer alguma coisa no computador. Ao ouvir a explicação, um dos garotos perguntou: “Tem certeza de que é assim, tio?” E, antes de ele responder, a garotinha respondeu: “Claro, né? Os adultos sabem mais do que as crianças...”
É uma pena que esse pensamento dela vá mudar logo, logo...
E eu não podia deixar de me lembrar da minha priminha. Estávamos assistindo à novela e havia uma garota deitada em sua cama pensando na briga que tivera com o namorado. Daí a menina me perguntou: “Você também deita na cama quando perde o namorado?” Eu comecei a rir e nem respondi. Mas fiz errado, porque ela nunca mais me perguntou nada assim...
É engraçado lembrar esses pequenos episódios porque, infelizmente, as conversas de criança são temporárias e as de adulto nem sempre são tão interessantes.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Carnaval


Eu adoro o feriado, mas ODEIO o Carnaval! Não sei para que ele existe.
Será que precisava de quatro dias para festejar algo que se festeja o tempo todo?
Dá para sambar, beber, suar, bagunçar e paquerar (por assim dizer) todo dia. Não precisa de feriado para isso.
É só uma desculpa para fazer coisa errada: ficar pelado sem problema, beijar todo mundo...
Pior que o ano só começa depois do Carnaval. Antes, não tem aula, não tem nada. É sempre assim: quando se acaba de festejar a chegada do ano novo, lá vêm aqueles comerciais das escolas de samba na TV... E sem contar as marchinhas terríveis do Silvio Santos! (Meu, deviam ser proibidas!)
Outro dia um cara me disse que não gosta mais do Carnaval agora que já está casado. Sincero, não?
Tem gente que ainda viaja lá para o meio da farra! Como será que eles aguentam?
Eu queria era viajar para bem longe, num lugar bem tranquilo e ficar por lá até acabar tudo, voltar só depois daquela votação chata da escola vencedora...